Com cerca de 10 a 13 cm de comprimento e pesando apenas 30 a 78 gramas, o rato de Cabrera (em latim Microtus cabrerae) é micro. Já em termos de importância para os ecossistemas, de pequeno não tem nada.
Este mamífero roedor costuma viver em áreas agrícolas e sistemas agro-silvo-pastoris, mais concretamente em linhas de água, lagoas temporárias, bermas de estrada, valas de drenagem, entre outros. Por ser herbívoro, alimenta-se sobretudo de folhas, caules e sementes de plantas, e no funcionamento dos ecossistemas tem um papel fundamental.
Não só por ser presa de muitas espécies de rapinas e carnívoros, como também pelas importantes funções que poderá exercer na oxigenação e permeabilização dos solos ou na dispersão de sementes.
Do ponto de vista da conservação, é o único roedor endémico ou natural da Península Ibérica com estatuto de ameaça de extinção, em especial pela destruição do seu habitat natural como consequência da intensificação das práticas agrícolas e do pastoreio. Ainda que num número bastante inferior ao desejável, por cá encontramo-lo no litoral e centro alentejano, Ribatejo, Beira Interior e Douro Internacional.
Felizmente, em 2021, a The Navigator Company identificou a presença de ratos de Cabrera nas florestas sob a sua gestão, na zona da Malcata. Junta-se assim às 252 espécies de fauna e mais de 900 de flora que protegemos nas nossas áreas.
