Olá, amiguinho,
Estou a ver-te muito caladinho e cabisbaixo! Não me digas que estás triste por não poderes brincar tanto por causa desta chuva!
Não te preocupes! Quando está mau tempo, temos de nos lembrar que o bom tempo está mesmo à espreita, por entre as nuvens rabugentas, com muitos raios de sol e boa disposição à mistura.
Sabes o que me estás a fazer lembrar? A timidez das árvores, mais conhecida como a "timidez das copas”.
O que é isso? - perguntas tu. Pois, deixa-me explicar: da próxima vez que estiveres a passear pela floresta ou pelo parque e estiveres rodeado de árvores, olha para cima. Vais reparar que, apesar de estarem perto umas das outras, as copas das árvores - ou seja, o topo - nunca se tocam.
Curioso, não é? Ainda não se sabe ao certo porque é que isto acontece, mas há algumas ideias que ajudam a explicar este fenómeno tão bonito:
- As árvores competem por luz, água e nutrientes. Ao manterem alguma distância entre si, acabam por retirar mais de cada elemento para elas próprias. Esta atitude pode ser considerada muito justa, até porque assim, todas recebem um pouco de tudo o que lhes é essencial;
- Também pode ser vista como uma estratégia de defesa, para evitar que passem doenças ou pragas umas às outras;
- Ao estarem separadas, facilitam a passagem de correntes de vento e acabam por tornar a floresta mais tranquila, ou seja, andam menos aos encontrões;
- Além do vento, passa também mais luz para as plantas e para a vida que se encontra no solo, contribuindo para o desenvolvimento da biodiversidade e para o equilíbrio ecológico da floresta;
Em geral, a “timidez das copas” acontece sobretudo entre árvores da mesma espécie, como é o caso dos eucaliptos, dos pinheiros, dos carvalhos ou dos bordos. Mas também pode acontecer entre espécies diferentes, de forma a criar este puzzle natural no céu da floresta.
Por isso, não esperes pelo bom tempo! Sai à rua e diverte a procurar estes bonitos padrões nas copas das árvores.
Aventura-te, amiguinho!
